Estou dentro dos grandes sonhos da noite: pois o agora-já é de noite. E canto a passagem do tempo: sou ainda a rainha dos medas e dos persas e sou também a minha lenta evolução que se lança como uma ponte levadiça num futuro cujas névoas leitosas já respiro hoje. Minha aura é mistério de vida. Eu me ultrapasso abdicando de mim e então sou o mundo: sigo a voz do mundo, eu mesma de súbito com voz única. (Clarice Lispector)
Ops! não encontraste esta página? Peço mil desculpas mas para que não tenhas vindo aqui em vão sugiro que dês uma volta por outros assuntos/temas que compõem este espaço...
Que tal leres uma linda e apaixonamte história de amor?
Acordou com a luz do Sol a entrar pelas frestas da janela. Sonolenta, espreguiçou-se, olhou para o lado e os seus olhos encheram-se duma suave ternura, ao ver o rosto que descansava na almofada ao seu lado.
Apesar dos seus cabelos brancos e das rugas que lhe sulcavam o rosto, ainda eram visíveis os sinais da beleza que a encantou. Sorriu, ao recordar o dia em que se tinham conhecido: Dia dos Namorados.
Não se lembrava quantos anos tinham passado, eram muitos. Mas esse era um dia que jamais tinham esquecido, pois a data era sempre assinalada por pequenas lembranças que ambos faziam questão de se proporcionar.
Imersa nestes pensamentos, não reparou que a almofada do seu lado tinha caído, só quando sentiu que o seu braço tocava em algo, olhou. Não foi a surpresa que a emocionou, porque ao longo de todos esses anos, este era um gesto que se repetia. O que fez as suas lágrimas brotarem foi o saber que ele não esquecia este dia, que ainda mantinha acesa a chama deste amor, e a prova era aquela rosa vermelha debaixo da almofada.
Recostada na areia, e com os olhos semicerrados, sentindo na pele o vento inpregnado de cheiro a sal que as ondas lhe faziam chegar, Hanna deixou-se levar pelas lembranças que durante tanto tempo lutara para esquecer.
O suave sussurrar das ondas batendo na areia levava-a para um outro tempo. Um tempo em que tinha sido feliz.
Dolorosamente, abriu os olhos e, soerguendo-se,olhou à sua volta. Tudo estava como dantes.
Aquela praia, a sua praia, onde tantas manhãs tinham corrido de mãos dadas com os cabelos ao vento, sentindo a sua força batendo-lhe no rosto.
Quantas noites, ali mesmo, naquele sítio, onde estava agora sentada tinham feito projectos, sonhado com um futuro cheio de promessas, tendo somente como testemunha a lua.
Perdida nas doces lembranças que o tempo não conseguiu destruir, deixou o olhar vaguear por aquele sítio que tão bem conhecia, detendo-se por momentos no alto da colina, onde, disfarçadas pelas sombras da noite que já teimavam em cair se viam as ruínas daquela que tinha sido a sua casa.
Fechando os olhos conseguia ver cada divisão, como se estivesse assistindo a um filme.
No rés do chão encontrava-se o salão, forrado de estantes até ao teto e apinhadas com livros. A um canto uma lareira acesa, onde as chamas sempre crepitando projetavam o calor e o conforto,quando nas noites de Inverno ele se sentava com o seu copo de wisque numa mão e o cachimbo na outra, e ficava olhando como que fascinado, enquanto o aroma doce do seu cachimbo espalhava ondas de perfume por toda a sala.
Continuando a seguir o trajeto das suas lembranças, viu as escadas que conduziam ao piso de cima, onde se encontrava o quarto, aquele quarto onde tinham vivido um amor intenso, torridas noites, onde os seus corpos já cansados se tinham amado como se não existisse amanhã.
Novamente no rés do chão, a cozinha, onde vinham saciar a fome do corpo depois de terem saciado a fome da alma.
Cada pormenor, cada detalhe que lhe vinham à mente, era como alfinetes no seu coração.
Não, o tempo não tinha apagado as suas lembranças. Elas estavam demasiado vivas dentro dela, apesar de todo o tempo que tinha passado.
Por isso, quando tudo aconteceu, não teve forças para permanecer nem mais um segundo naquela casa.Ficou somente o tempo necessário para fechar as portas, e virar costas a tudo o que tinha sido a sua felicidade, os seus sonhos não realizados, e o seu amor que tão abrutamente tinha sido interrompido.
Não naquela altura ela só conseguiu fechar as portas, virar as costas e fugir. Fugiu a uma felicidade que não teve tempo de viver.
Sentiu um estremecimento por todo o corpo, e isso fê-la voltar ao presente.
Sacudindo a cabeça, olhou à sua volta e viu que o dia estava a amanhecer.
Devagar, levantou-se, sacudiu as roupas, e com passos cansados e muito incertos devido à sua já muito avançada idade lançou um último olhar ao aglomerado de ruínas, dirigiu-se para o carro, e depois de mais uns instantes olhando para trás o pôs a trabalhar e arrancou sem hesitar.
Não olhou uma única vez para trás . Sabia que esta era a última vez que ali tinha estado, sabia que não mais voltaria...
Ou quem sabe um pouco de poesia?
Nascida do acaso ou da má sorte
O meu signo: dizem que é o da morte.
Contradizem-se? Talvez.
Também dizem ser o signo da recriação.
Planeta regente? Plutão.
A intensidade e profundidade ,
Gerem as minhas emoções.
Obsessividade, paixão, intensidade,
São a palavra-chave
Mistério e morte, transformação, transmutação.
Regenero-me, liberto-me das cinzas.
Como a Fénix faço da esperança vida
E da vida morte
Trazes no corpo a provocação de Afrodite
Exalas o suave perfume dos lírios
Alma virgem em corpo de mulher.
Perdes-te na vastidão da luxúria
Escondes-te num manto de cinza
Envolves-te na bruma da noite
Ergues-te majestosa
Qual ninfa saída dum lago
Segues na procura do teu Eu
E desvaneces-te de tristeza
Nos braços dum qualquer deus.
Estes e outros trabalhos podes ver aqui....basta quereres....
Obrigada
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Que tal leres uma linda e apaixonamte história de amor?
Acordou com a luz do Sol a entrar pelas frestas da janela. Sonolenta, espreguiçou-se, olhou para o lado e os seus olhos encheram-se duma suave ternura, ao ver o rosto que descansava na almofada ao seu lado.
Apesar dos seus cabelos brancos e das rugas que lhe sulcavam o rosto, ainda eram visíveis os sinais da beleza que a encantou. Sorriu, ao recordar o dia em que se tinham conhecido: Dia dos Namorados.
Não se lembrava quantos anos tinham passado, eram muitos. Mas esse era um dia que jamais tinham esquecido, pois a data era sempre assinalada por pequenas lembranças que ambos faziam questão de se proporcionar.
Imersa nestes pensamentos, não reparou que a almofada do seu lado tinha caído, só quando sentiu que o seu braço tocava em algo, olhou. Não foi a surpresa que a emocionou, porque ao longo de todos esses anos, este era um gesto que se repetia. O que fez as suas lágrimas brotarem foi o saber que ele não esquecia este dia, que ainda mantinha acesa a chama deste amor, e a prova era aquela rosa vermelha debaixo da almofada.
Recostada na areia, e com os olhos semicerrados, sentindo na pele o vento inpregnado de cheiro a sal que as ondas lhe faziam chegar, Hanna deixou-se levar pelas lembranças que durante tanto tempo lutara para esquecer.
O suave sussurrar das ondas batendo na areia levava-a para um outro tempo. Um tempo em que tinha sido feliz.
Dolorosamente, abriu os olhos e, soerguendo-se,olhou à sua volta. Tudo estava como dantes.
Aquela praia, a sua praia, onde tantas manhãs tinham corrido de mãos dadas com os cabelos ao vento, sentindo a sua força batendo-lhe no rosto.
Quantas noites, ali mesmo, naquele sítio, onde estava agora sentada tinham feito projectos, sonhado com um futuro cheio de promessas, tendo somente como testemunha a lua.
Perdida nas doces lembranças que o tempo não conseguiu destruir, deixou o olhar vaguear por aquele sítio que tão bem conhecia, detendo-se por momentos no alto da colina, onde, disfarçadas pelas sombras da noite que já teimavam em cair se viam as ruínas daquela que tinha sido a sua casa.
Fechando os olhos conseguia ver cada divisão, como se estivesse assistindo a um filme.
No rés do chão encontrava-se o salão, forrado de estantes até ao teto e apinhadas com livros. A um canto uma lareira acesa, onde as chamas sempre crepitando projetavam o calor e o conforto,quando nas noites de Inverno ele se sentava com o seu copo de wisque numa mão e o cachimbo na outra, e ficava olhando como que fascinado, enquanto o aroma doce do seu cachimbo espalhava ondas de perfume por toda a sala.
Continuando a seguir o trajeto das suas lembranças, viu as escadas que conduziam ao piso de cima, onde se encontrava o quarto, aquele quarto onde tinham vivido um amor intenso, torridas noites, onde os seus corpos já cansados se tinham amado como se não existisse amanhã.
Novamente no rés do chão, a cozinha, onde vinham saciar a fome do corpo depois de terem saciado a fome da alma.
Cada pormenor, cada detalhe que lhe vinham à mente, era como alfinetes no seu coração.
Não, o tempo não tinha apagado as suas lembranças. Elas estavam demasiado vivas dentro dela, apesar de todo o tempo que tinha passado.
Por isso, quando tudo aconteceu, não teve forças para permanecer nem mais um segundo naquela casa.Ficou somente o tempo necessário para fechar as portas, e virar costas a tudo o que tinha sido a sua felicidade, os seus sonhos não realizados, e o seu amor que tão abrutamente tinha sido interrompido.
Não naquela altura ela só conseguiu fechar as portas, virar as costas e fugir. Fugiu a uma felicidade que não teve tempo de viver.
Sentiu um estremecimento por todo o corpo, e isso fê-la voltar ao presente.
Sacudindo a cabeça, olhou à sua volta e viu que o dia estava a amanhecer.
Devagar, levantou-se, sacudiu as roupas, e com passos cansados e muito incertos devido à sua já muito avançada idade lançou um último olhar ao aglomerado de ruínas, dirigiu-se para o carro, e depois de mais uns instantes olhando para trás o pôs a trabalhar e arrancou sem hesitar.
Não olhou uma única vez para trás . Sabia que esta era a última vez que ali tinha estado, sabia que não mais voltaria...
Ou quem sabe um pouco de poesia?
Nascida do acaso ou da má sorte
O meu signo: dizem que é o da morte.
Contradizem-se? Talvez.
Também dizem ser o signo da recriação.
Planeta regente? Plutão.
A intensidade e profundidade ,
Gerem as minhas emoções.
Obsessividade, paixão, intensidade,
São a palavra-chave
Mistério e morte, transformação, transmutação.
Regenero-me, liberto-me das cinzas.
Como a Fénix faço da esperança vida
E da vida morte
Trazes no corpo a provocação de Afrodite
Exalas o suave perfume dos lírios
Alma virgem em corpo de mulher.
Perdes-te na vastidão da luxúria
Escondes-te num manto de cinza
Envolves-te na bruma da noite
Ergues-te majestosa
Qual ninfa saída dum lago
Segues na procura do teu Eu
E desvaneces-te de tristeza
Nos braços dum qualquer deus.
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Obrigada
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